Você não é culto? Que pena, o Sir Tatata é!

sexta-feira, 2 de maio de 2008


Sir Tatata era um senhor de porte elegante, por volta de seus 50 ou 60 anos, que morava afastado da cidade, no Sítio Do Picapau Verde-Amarelo. Segundo ele, não poderia trocar a paz, as conversas intelectuais com Visconde De Sabugosa ou sabor do porco Rabicó pela agitação insuportável de Porto Alegre. E em seu sítio haviam amigos, mesmo que fossem uma boneca de pano, um sabugo de milho e um animal.

Um dia, cansado do tédio, resolveu sair do sítio e aventurar em Porto Alegre. Como havia convertido-se a seita dos Hare Hare, não tinha carro, vestia-se em farrapos e seus óculos precisavam ser trocados. Como iria a Porto Alegre, então? Segundo as contas do Visconde, Sir Tatata demoraria apenas mais de dois meses caminhando até a cidade.

- Eu não irei a cidade apé, sou fino demais para isso! - disse revoltado

Até que Nariguda, uma menina que era ancestral da primeira criada de Sir Tatata, sugeriu:

- Por que não construímos um meio de transporte, para ir até a cidade?

Visconde ágil já pegou sua calculadora e fazendo as contas concluiu que o tempo que demorariam para construir a tal geringonça seria menor do que ir apé. Só faltava saber o que construir.


- Um balão! Sir, você poderá dar a volta na cidade em apenas 50 minutos, muito mais preciso que Júlio Verne, que lindo!

- Ótima idéia, Rabicó. Bora construir este balão!

- Então vamos...

- NÃO. VOCÊS VÃO. EU FICAREI SUPERVISIONANDO, AMIGUINHOS.


Passaram-se 20 dias até que o balão ficasse pronto. E quando ficou, Sir Tatata deu uma festa no sítio, fumou toda a sua reserva de charutos cubanos. A fartura era permitida neste dia. Prometeu que traria da cidade, um presente para cada morador do sítio. Claro que era mentira, era só para fazer o seu merchan.

Uma semana depois, ele partiu para o alto com seus balões. O céu parecia algodão doce, Tatata não tinha máquina digital (muito burguês ele dizia) portanto as lembranças haviam de ser fotografadas em sua memória. Voou por três dias, até que um imprevisto acabou com todo seu plano de arrumar um bofe.

Os balões furaram e foram cair no mar! Sir Tatata no seu ataque histérico, apertou com toda força o tijolão (leia-se celular) , sem sucesso. Abriu os braços. gritou bem alto: EU PRECISO DE AJUDAAAAAAAAAAAAA! Também não deu certo.Achou que fosse morrer da pior maneira, molhado, sem maquiagem e um enterro decente. Mais um morto no mar. De repente viu um barco andando pela água. Deviam ser os remédios que Sir Tatata havia tomado para não enjoar no meio da viagem. Não, não era vertigem. Era sim, um barco tinindo de tão escandaloso, com um banner enorme dizendo: "Detetive Pacheco Parranhas e Sua Fiel Assistente, suas desconfianças nossa alegria!"Ele vinha aproximando-se cada vez mais e parou bem ao lado de Sir Tatata. E dele saiu um homem careca com casaco e chapéu engraçados:

- Que isso, meu filho? - disse Parranhas

- Como que isso, bee? SOU EU, ENCHARCADO! ESTA É MINHA MELHOR ROUPA, ESTOU BEGE, COMO CAÍ NESTE MAR?

- Venha, eu e minha assistente iremos ajudá-lo.

E estendeu a mão para que Sir Tatata pudesse entrar no barco. Enojado com toda a situação, mas sem alternativa, Tatata acabou até apreciando o detetive, que o convidou para integrar sua equipe, precisava de alguém inteligente. Será que era o fim do Sítio Do Picapau Verde-Amarelo?


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