Fui eu quem comi e bebi a Mireille Mathieu

terça-feira, 22 de abril de 2008


Mireille Mathieu era uma dessas mulheres para comer-se com oito talheres. Mastigar até o estômago fazer bico. Depois, engolir com gosto e vomitar de novo, só para ter que ingerir novamente. Atravessei a cidade, a convite seu, para uma visita casual em sua casa. Parece história de filme pornô até. E eu fui, os metrôs andaram mais rápidos que o normal, tudo conspirando a meu favor. Fui recebida com chá e biscoitos e até aí tudo parecia normal.Registrando 6.5 na escala Ritcher, o furacão, o Katrina das regiões geladas chegou na saleta de muitos metros quadrados. E iria esmagar-me com tanta elegância. Meus olhos procuraram desesperados por suas mãos, os dedos imponentes. Rugas que formavam desenhos, as unhas tremendamente compridas. Confesso que achei isso da natureza mais erótica possível.
- Você é a Jessica, sim, sim? - analisando-me da cabeça aos pés.
- É o que consta na minha certidão de nascimento.
- Que insolência, garota. Estou velha demais para estas coisas. Mas acho até engraçado sabia? Eu não era assim, fui podada com estas rosas que você vê nesse vaso aí. No fim, a gente se fode, de alguma forma ou de outra. Você pela sua insolência. E eu por meu refinado gosto para coisas erradas. Sempre seguindo no caminho errado, adorando pisar em pedras e sentir dor. As vezes, a noite, tenho súbitos ataques de riso, eu rio alto e sonoro. Os outros acham que são os efeitos do medicamentos. Sim, sou doente. Mas coloco a culpa na velha e boa cachaça. Enquanto tiver público que reverencie e alimente meu ego maior que a França, o show continuará. Pessoas assim como você, das quais sugo tudo que preciso para viver. Não é?

Como era de meu feitio, respondi suas colocações com meu silêncio. Pessoas como Mireille causam pânico e poucos gostam de sentir uma sensação dessas. A labirintite maldita manifestou-se resultando em uma tontura absurda e partir daí, os atos a seguir foram praticados por todas minhas facetas, menos Jessica. Ela tomou minha mão, comentou algo de como ela era gelada e perguntou-me se eu era tão fria assim. Pensei no meu namorado e sua resposta seria certamente que não. A pergunta foi apenas um pretexto para que de repente, eu visse minha mão acariciando seus seios e tentando sentir se eles realmente eram tão pequenos como aparentavam ser. Não eram. Mireille era dona do par de músculos mamários mais lindos que havia visto na vida. Usufrui deles como se fossem minha casa, voltei aos tempos de bebê, mamando até sugar o último suspiro de satisfação. Não era suficiente. Pedi para que dissesse alguma coisa, qualquer coisa, uma palavra profana. Ignorou-me. Calou minha boca, mandou que ajoelhasse-me aos seus pés e implorasse por seu mel. Tremi até a alma. Em questão de minutos, fui ao céu, mergulhei no inferno e fiquei boiando no purgatório. Mireille ficava como a rainha mãe e eu como sua melhor abelha, produzindo mel, ele escorria e eu sorvia aquele líquido sagrado. Nenhuma satisfação era maior do que olhar para cima e ver sua expressão de dominadora, nunca satisfeita, sempre querendo mais. O sangue quase saltando das suas veias, eu o via, azul assim assim. Até que ele tornou-se quente, incontrolável. E ela tinha que voar com suas próprias asas. Puxou o elástico da cinta liga, olhou-se no espelho e por minutos que pareceram horas, encerrou seu último ato, cobrindo o corpo com aqueles trapos (leia-se roupas). Depois, fui para minha casa, apé, tentando procurar aonde estava aquela Jessica que foi na casa da Mireille Mathieu.

1 comentários:

Júlia Souza Lisbôa disse...

primeiro, eu não costumo comentar.
MESMO.
Mas só de ler o título este post já merece um comentário HAHAHA
eu 'ainda' não li o texto.
é que eu prefiro fazer uma espectativa sabe?
pq pode ser sobre muitas coisas.
ai ai essa sugestividade!
mas enfim.. vou ler o texto agora.
ah, eu costumo ler os posts mas geralmente guardo opiniões.

to afim de beber e comer algo. hm
bjo

 
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