Madame Satã

sexta-feira, 11 de julho de 2008


Vem Hell, you give me fever. Vem aqui deitar comigo, ver televisão, meus olhos serão telas de plasma emitindo imagens e sons que você... Deita-me aqui na mesa, desconte 42 pessoas em mim, arranque as bandeirinhas de São João com estes dentões: me morde. E com estas narinas -teu único defeito visível além da falta de gordura adiposa- , suga todo o ar presente na atmosfera. Quero apenas fazer uso da tua complexidade, a dos números deixe para as primeiras horas do dia.

Então sinto teu sapato de salto agulha fazendo "plec plec plec" no assoalho de madeira. O X é da Bhaskara, o Y pertence as equações e o inferno pertence a ti, uma encarnação fiel de Satã com sua cabeça de palito de fósforo, cuspindo fogo e incandecida de lava. Antes todos te amavam, choviam pontos nos cadernos de chamada, agora eles te odeiam, falam pelas costas e eu continuo fiel como uma gata a seu dono. Que Deus possa permitir minha entrada no inferno ou melhor no enfer. Para isto terei que cruzar a Lima e Silva, procurando ruas que não sei o nome, eu e meu radinho de pilha tocando '"you give me fever, fever in the morning when you hold me tight". Depois terei de driblar teu mestre, aquele cão de guarda, que nos esfrega na cara o Csara Picasso e o Táxi que vem te buscar ao meio dia. Mas coitado, ele deve ir com minha cara, caminhando na Borges de Medeiros qualquer um pode ter uma cara amigável.

Em meio a batatinhas fritas, canapés, meu verão terminou com umas boas risadas ao encontrar-te serena, pasme, comendo batatas fritas! Pensei que comesse por osmose. Quem sabe fagocitava o alimento. Lembro bem, uma tarde divertida com alguns balões voando na rua, de repente nós sentamos, olhamos pro lado e pensei em ti. Porque já havia "dado de cara" (uma expressão coloquial aqui) outras vezes no mesmo lugar, porque não agora? Eu devia escrever "O segredo Parte Dois", pois olhei para o lado e lá estava você.



- Satã veio me buscar. - pensei




Na outra ocasião, ela me viu com uma garrafa de Martini na mão, bêbada pela Lima e Silva, conhecidência. Enfer apenas abriu o vidro do carro, esnobou-me da cabeça aos pés, na sua boca repousava a língua entre os dentes, empapada de fondue e caviar. Não sei o que é caviar, nunca vi, nem comi, só ouço falar, não gosto das roupas do Cristian Lacroix, mas de você, ah... essa fineza que começa de um perfume e estende-se até o último fio dos cabelos, essa sim, eu experimentaria para viciar de vez.Já que todos meus vícios desfalecem em uma cama recebendo sopa.

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